Dia 17 de julho de 1997: uma ruptura política histórica em Alagoas

“Os pedantes pensam que a dialética é um jogo mental ocioso. Na verdade, ela apenas reproduz o processo da evolução, que vive e se move por meio de contradições” (Leon Trotsky)

O dia 17 de julho de 1997 é extremamente importante para a recente história política de Alagoas. Naquele dia uma ruptura política inevitável se abriu, mostrando ao conjunto da sociedade que novos tempos são possíveis e que o povo é protagonista e transformador. Os caminhos estão abertos para as mais vastas interpretações dos fatos e os possíveis proveitos retirados daquela situação pelas forças progressistas. Aquela encruzilhada histórica apontou novos caminhos e diversos personagens – muitos deles anônimos. Possivelmente, da força anônima do povo alagoano, se fez valer o desejo por novos tempos, novos projetos e novas apostas políticas começaram a brotar. A eleição de uma jovem deputada do PT para o senado federal, em 1998, e a vitória de um governo de centro-esquerda são reflexos incontestes e consequências históricas daquele período. Múltiplos olhares podem ser lançados para o mesmo fato político ocorrido durante aquela sessão da Assembléia Legislativa de Alagoas. O governo Divaldo Suruagy, “refém” de uma trágica trajetória econômica envolvendo os interesses públicos e privados, se refletiu na situação dos servidores públicos, deixados de lado, sem salários, por mais de oito meses.  Conflitos, suicídios, assaltos, manifestações, atos públicos e a queda do governador são alguns dos vários acontecimentos que marcam o ano de 97. A subserviência e o silêncio conivente junto aos desmandos das elites não são mais marcas evidentes da nossa sociedade. Entretanto, ainda se ressentem de um projeto que os reconduza a essa fresta histórica, aberta em 1997. O dia 17 de julho, portanto, ainda se espraia nas “esquinas perigosas da História” de Alagoas. O Estado de Alagoas não é mais quintal dos usineiros e coronéis, tampouco estamos presos a um único projeto possível de desenvolvimento político-econômico. No entanto, o desenvolvimento de Alagoas não ocorrerá enquanto estivermos atrelados a “esquemas” de favorecimentos e acordos espúrios com entes privados. A sociedade não tolera mais governos com a marca suja da má gestão, da troca de favores, da lentidão e de quaisquer indícios de improbidade administrativa. É necessário que a base econômica seja alterada, que a corrupção sistêmica desapareça e o analfabetismo deixe os indicadores atuais. A mais tumultuada sessão da Assembléia Legislativa de Alagoas da história completa 14 anos nesta semana. Apenas uma certeza acompanha essa data: outros 17 de julho virão.

Indicação para leitura:

Rupturas e permanências em Alagoas: o 17 de julho de 1997 em questão. Autora: Leda Maria de Almeida.

A participação do Sindpol na queda do governo Suruagy. Autor: Luiz Gomes.

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2 Comentários

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2 Respostas para “Dia 17 de julho de 1997: uma ruptura política histórica em Alagoas

  1. Pingback: Links Alagoanos #17 | Blog do Marques

  2. Parabéns pela texto!
    Nesta data eu fazia exatos 1,1 meses.
    Apesar de pouco idade, lembro de meu tio chegando em casa, baleado.
    Meu outro tio, era diretor do sindpol na época.

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